Rainha Njinga

gingaNjinga Mbandi, foi rainha Njinga entre 1587-1663 de Matamba, interior de Angola, África, séculos XVI e XVII. Nos reinos da costa e central do continente Africano, existia uma organização polίtica-espacial e econômica, controlada pelas tribos africanas. Na época as tribos estabeleciam uma relação ao comércio de longa distância. O litoral era um espaço de pesca e produção de sal, peixe seco e outros produtos necessários ao interior. O poder centralizador estava no interior. Nas sociedades africanas em termos do poder polίtico emergiam algumas interveniências de vários elementos exógenos. Os chefes tradicionais do litoral procuravam estabelecer um comércio efectivo com os povos da costa Ocidental . Com a chegada dos portugueses, os povos nativos criaram portos de comércio pelo litoral angolano. Uma comercialização estabelicida através da cooperação do tráfico escravo, uma captura directa humana desde o litoral ao interior. Em 1578 fundasse cidade fortificada de São Paulo de Assunção de Luanda, futura capital de Angola no território Mbundu. Na época era Ngola Kiluanji o rei dos Mbundus no Ndongo, (Angola) e Matamba. Pai de Njinga Mbandi Ngola, o rei conseguia reter expansão portuguesa. Lutando e resistindo a forte ocupação, refugiando-se em Cabassa, interior de Matamba. O rei Kiluanji morre, Mbandi, filho sucede ao poder. Mbandi era meio irmão de Njinga. A região foi primeira na colonização e dominação. Os portugueses produziam um tráfico de comércio directo com os guerreiros Jagas do litoral, vindos do leste, conhecidos por Imbangalas. A rota do tráfico para o interior é impedida e controlada por Ngola Mbandi.

O novo rei envia Njinga a Luanda, ela negócia com os europeus, mas não cede algum território e pede devoção polίtica ao cristianismo, recebendo o nome de Dona Ana de Sousa e as irmãs Cambi e Fungi se convertem também, Dona Barbara e Dona Garcia.rainha_nzinga02

Os portugueses não dão seguimento ao acordo, tratado de paz. Conseguindo estabelecer um comércio de escravos com Jagas de Cassanje, criando uma desordem total no reino de Ngola. Njinga manda decapitar seu tio que submetia-se ao tráfico dos portugueses e manda envenenar seu irmão que não tomava medidas contra os europeus. Njinga chega ao poder, ela é proclamada rainha, passando ao domίnio, comandando as resistências nas terras de Matamba e Ngola. Os portugueses para contrariar Njinga, elegem Aiidi Kiluanji (kiluanji II), como novo sucessor, chefe dos Mbundus nas terras de Ndongo, Ngola.

Entre vários acordos, Njinga, rainha de Matamba não consegue paz com os portugueses e renega fé cristã, aliando-se aos guerreiros Jagas do oeste e inίcia nos ritos da máquina de guerra » O Quilombo ». Njinga e os guerreiros atacam o forte de Massange em 1640. As irmãs Cambi e Fungi são capturadas, prisioneiras de combate, Fungi é executada. Na época os Holandeses invandem e ocupam toda região portuguesa, alguns chefes (sobas), não colaboram mais com os portugueses. Anos depois o general brasileiro Salvador Correia Sá y Benevindos, restaura soberania portuguesa em Luanda e tenta estabelecer seu poder no interior.

O exercito de Njinga aprisiona dois capuchinhos e aproveita convencer o general a vontade de reconversão ao cristianismo em troca do reconhecimento soberano nos reinos de Ngola, Matamba e libertação de sua irmã Cambi. O general aceita o tratado que Njinga propôs, renunciando os territórios de Ngola, revindicações de Matamba e sua irmã Cambi. O rio Lucala foi o ponto de fronteira entre ambas as partes. Tratado esse, em 1656 pela rainha Njinga ameaçando voltar ao combate. Cambi era prisioneira cerca de 10 anos, sua liberdade é realizada por um pagamento de resgate em troca de uma centena de escravos. A rainha Njinga veio falecer 17 Dezembro de 1663 em Matamba. Cambi sucede ao poder e continua lutar contra ocupação colonial.

A rainha Njinga utilizou várias estratégicas e tácticas que foram desde o seu consentimento ao cristianismo, concedendo terras no território e práticas Jagas guerreiras. A rainha é considerada um sίmbolo do africanismo contra opressão estrangeira.