História da Capoeira

ngolo 1Muito bem antes do aparecimento da Capoeira no Brasil, em África nomeadamente no sul de Angola, reinado Ndongo, sua forma era demonstrada pela dança do N’golo, praticada pelos indίgenas. A luta era realizada em cultos africanos, apresentada em saltos e brincadeiras de aparência animal. Seus corpos flexίveis valorizam as danças guerreiras. Na prática estas lutas e sedução masculina simbolizavam as presenças de força e poder nos nativos guerreiros. Na época, os vilarejos eram tímidos pelos participantes da luta. Considerados como constantes perturbadores, andavam em grupos. Os locais de preferências aos encontros, eram feitos em praias e matas. Benguela é uma das cidades costeiras do litoral de Angola, onde se verificou o aparecimento da luta. Suas habilidades em derrubar seus opositores com rasteiras (bassulas), eram relatados pelos habitantes. Com o aparecimento dos europeus em África e expansão nas Américas, impôs-se uma necessidade da mão–de-obra humana. Pelo facto ou motivo a escravatura negra foi o oxigénio em massa rumo ao oceano Atlântico. Os invasores eram detentores da mercadoria negra, resgatando números incalculáveis de gente que ainda hoje difίceis de calcular. O tráfico humano feito entre os séculos XV e XIX, foi devido ao aproveitamento estrangeiro pelos conflitos consecutivos das guerras tribais. Uma população ingénua pela troca barata por objectos comercias europeus, favoreceram uma decadência nas populações negras, homens, mulheres e crianças eram capturados, vendidos e embarcados por força. Chegados as Américas, nomeadamente no Brasil, não tinham algum valore aos proprietários, eram vendidos e revendidos como mercadoria, servidos ao duro e difίceis trabalhos forçados. Sua capacidade de vida era por média entre 5 e 7 anos. Muitos não sobreviviam aos maus tratos impostos pelos seus senhores. A cultura negra não foi transportada por livros ou algo matérial, mas sim em corpo e alma. 2A Capoeira no Brasil, seu inίcio era uma espécie de dança ritualizada em luta. Na (Baía), Brasil, ainda hoje se observam ligações da capoeiragem antiga com crenças cerimóniais e cânticos fetichistas. A muitas opiniões a respeito do aparecimento da luta pelas quais fundamentada na origem do próprio nome, Capoeira, surgindo pela primeira vez nos escritos histórias do Brasil no século XVII, guerra dos Palmares. 3As gerações negras levaram uma vida dura nas plantações. Na época gerada no conflito entre portugueses e holandeses pelos territórios, houve uma invação holandesa nos principais pontos. Fazendas, senzalas e cativeiros foram atacadas e saqueadas. A guerra teve impactos desastrosos, milhares de negros escravos rebeliaram, fugindo para matas e florestas, criando suas repúblicas e Quilombos. Os rebeldes eram resistentes guerreiros, lutavam pela liberdade num espίrito de igualdade por seus direitos contra opressão de seus senhores. Cessadas as invações holandesas, os portugueses enviaram expedições contra as comunidades com o objectivo de exterminar as pequenas nações e capturar os negros revoltosos.

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Na época conta-se que existiam os « capões », homens que se escondiam nas matas florestais que saίam para atacar, enfrentando os « capitões-do-mato », que tinham como trabalho de capturar os negros fugitivos. A comunidade mais importante na época foi o Quilombo de Palmares, comandado pelo rei Ganga Zumba e depois o sobrinho Zumbi. Os Quilombos foram locais de habitação, treinamento e ensino contra a escravidão. Os negros possuίam um conhecimento guerreiro vivido na mata. Entre gerações em gerações conservavam e partilhavam suas crenças e valores éticos da cultura africana. Em guerras e conflitos entre rebeldes e senhores de engenho, alguns negros eram capturados, levados de volta para senzalas e cativeiros. Os reféns capturados transportaram consigo o jogo dos pés, luta guerreira, encarcerados reuniam-se em grupos fechados.

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Ao fugir do olhar dos feitores e seus senhores escondiam a imagem da luta, simulada em danças e ritmos músicais. Cansados pelo duro dia de trabalho nas plantações e mal alimentação praticavam arte guerreira. Suas energias eram combinadas por cânticos, lamentos, gritos e palmas. Os costumes africanos por ofertas e súplicas religiosas aos deuses, eram preservados como de forma exprimir-se ao auxίlio as divindades pela vida traçada nas prisões.

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A Capoeira nas senzalas sobreviveu disfarçadamente pela sua criatividade, oportunismo, malίcia e respeito pela liberdade. Após abolição da escravatura, guerra do famoso Quilombo de Palmares e outras nações, o capoeirista era o tipo caracterίstico do Brasil colonial, vestia-se de maneira particular, chapéu de lado e argola de ouro na orelha, se prestavam como mercenário para emboscadas e assassinatos. Com o passar do tempo a luta africana desenvolveu e encontrou no mestiço das raças colonizadas o seu executante ideal, magro e musculoso, mais baixo que o negro e mais destro que o português, foi o mulato que se assimilou a luta da Capoeira, transformando numa notável luta acrobática. Na metade do século XIX, Capoeira teve seu apogeu, as cidades como Rio de Janeiro, Recife e Salvador da Baίa, existiam grupos ou maltas de capoeiristas identificados como criminosos profissionais, tímidos pela própria polίcia e associados ao crime ; malandro, desordeiro, ladrão, etc.
Com o advento da república, o Marchal Deodoro da Fonseca, pressionado pela crescente onda de crimes na sociedade, inίciou o combate contra Capoeira. Praticantes da ginástica, titulada Capoeira, seus executantes são punidos com torturas e enviados para ilha da Trindade para trabalhos forçados.

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« O código penal de 1890, previa de seis meses a dois anos de prisão celular, aos praticantes dos exercίcios de agilidade e destreza corporal conhecidos pela denominação de capoeiragem ». Com o decreto-lei 487 sessou temporariamente a Capoeira, muitos Mestres e praticantes permanecem no interior de São Paulo, envolvendo-se em trabalhos forçados.

8 Quase 50 anos depois, Capoeira ressurge, Mestre Pastinha, praticante da Capoeira Angola e Mestre Bimba o criador da Capoeira Regional são os responsáveis da evolução e valorização da arte. Em 1937 Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, realizou uma exibição para o presidente da república, Getúlio Vargas, encantado com a exibição do jogo, liberou a luta Capoeira. Mestre Bimba é considerado o libertador da Capoeira moderna e o primeiro oficializar. Deu uma didáctica de ensinamento em recinto fechado. Nos dias actuais, a Capoeira é agradada não só na Baίa ou Rio de Janeiro mas também em todo o Brasil com grande aceitação. Em 1972 o conselho nacional aprovou uma resolução a Capoeira, aprovando como desporto competitivo nacional. Actualmente a Capoeira esta numa fase de expansão mundial, viajando por todos os horizontes do planeta, nos continentes, América do Norte e Sul, Europa, Ásia, Oceânia e África, ela é mostrada e ensinada como arte universal cultural.